quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Plano Estratégico da OPAS para Epilepsias

Vamos continuar trabalhando. Chegaremos lá , quero dizer ... vamos conquistar políticas públicas para Epilepsia no Brasil. Todos nós trabalhamos para isto.

Abaixo segue link para visualização do vídeo do Professor Li Li Min sobre o Plano Estratégico da OPAS.
Clique aqui para ver o vídeo do prof. Li Li Min.
Clique aqui para conhecer o Plano Estratégico da OPAS para Epilepsias

Maria Carolina Doretto - Presidente da EpiBrasil - Belo Horizonte

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Quais os fatores desencadeantes de crises epilépticas?


Ter epilepsia é estar sujeito à insegurança de ter crises,
pelo fato de não se saber quando e onde elas vão ocorrer. 
A pessoas com epilepsia se beneficiam quando o tratamento
leva em conta os diferentes aspectos das epilepsias.

Um dos aspectos importantes do tratamento é a ocorrência de fatores desencadeantes, pois, apesar do uso correto dos medicamentos antiepiilépticos, existem pacientes que persistem com crises. 
As crises epilépticas podem ser desencadeadas por febre, suspensão abrupta da medicação antiepiléptica, fadiga física, ingestão de álcool, privação de sono (noites mal dormidas ou poucas horas de sono), hiperventilação (respiração forçada), emoções (relacionadas a preocupação, alegria, tristeza, irritação e outras).

É muito importante dormir o tempo necessário e também com regularidade. Alterações do sono e uso irregular dos medicamentos são as causas mais comuns de aumento de freqüência das crises.

Através da identificação dos fatores desencadeantes, para muitos indivíduos determinadas situações podem ser evitadas, reduzindo assim o risco da ocorr6encai de crises. 

De acordo com as condições de aparecimento as crises epilépticas podem ser divididas em ocasionais, cíclicas ou desencadeadas.

As crises ocasionais constituem a maioria dos casos, e geralmente não se consegue evidenciar a razão de seu aparecimento.
Nas crises cíclicas existem fatores que levam ao aumento do funcionamento cerebral, podendo ocasionar crises. A periodicidade das crises cíclicas pode estar ligada ao ciclo sono-vigília e a faTores hormonais como a menarca (primeira menstruação), menstruação e menopausa.

Dentre as crises desencadeadas existe uma forma rara de epilepsia, chamada de epilepsia reflexa, em que as crises acontecem exclusivamente perante um estímulo desencadeante específico, como por exemplo luz (luz de televisão, luz intermitente como luz de boate), barulho, leitura, música. 
Os fatores específicos ou não específicos que costumam desencadear crises são:

EVENTOS NÃO ESPECÍFICOS
Dentre os eventos não específicos podemos citar estresse, privação de sono, suspensão abrupta de medicamentos antiepilépticos e sedativos, febre, processos infecciosos, trauma craniano e várias alterações tóxicas e metabólicas, que incluem: baixa oxigenação cerebral, hipoglicemia (diminuição do açúcar sanguíneo) diminuição do cálcio sanguíneo. Também podem agir como desencadeantes de crises o uso de drogas convulsivantes, tais como contrastes iodados, antidepressivos, antipsicóticos, anestésicos gerais, antiepilépticos em doses tóxicas, broncodilatadores e pesticidas.

EVENTOS ESPECÍFICOS
As epilepsias reflexas são aquelas nas quais as crises podem ser provocadas por estímulos específicos, como por exemplo, luz. Não são ainda muito claros os mecanismos através dos quais esses estímulos agem nos portadores de epilepsia promovendo o aparecimento de crises.

A maioria das pessoas com epilepsia não são sensíveis à luz. Em apenas 3% dos pacientes as crises podem ser desencadeadas por estímulos luminosos. Nestes casos geralmente não há necessidade de tratamento medicamentoso. Apenas se recomenda o uso de controle remoto, fechamento de um dos olhos quando se aproximar da TV, manter uma luz acesa no meio da sala, eventualmente o uso de óculos com lentes coloridas (azuis), não praticar esporte ou assistir TV se estiver cansado, evitar freqüentar danceterias com luz estroboscópica.

A epilepsia não é uma doença mental, mas descobrir que você tem essa condição pode causar estresse e ansiedade. Sentimentos de ansiedade, depressão, raiva e frustração são reações naturais ao estresse e as pessoas com epilepsia não são imunes a esses sentimentos. A ansiedade é um sentimento natural que ocorre em todas as pessoas, ocasionalmente. Além do medo natural, relativo à consulta médica, exames e uso de medicamentos, os portadores de epilepsia também têm preocupação a respeito do futuro e da necessidade de provar que são iguais a qualquer pessoa. A depressão está geralmente associada com perdas e, desde que você tenha sido diagnosticado como uma pessoa que tem epilepsia pode ter a sensação de perda da independência. É comum que o deprimido deixe de tomar medicamentos. Não deixe que isto aconteça com você.

RECOMENDAÇÕES GERAIS
• Não suspender a medicação anti-epiléptica por conta própria
• Respeitar rigorosamente os horários de tomadas dos medicamentos
• Não modificar as doses dos medicamentos
• Não usar outros medicamentos sem orientação médica
• Dormir o suficiente e regularmente
• Não ficar em jejum
• Não usar bebidas alcoólicas
• Fazer calendário das crises, tentando relacioná-las com eventos do dia-a-dia.

ATENÇÃO
Conhecer bem sua condição pode reduzir seus medos e reduzir o estresse, e quanto melhor sua qualidade de vida, melhor será o controle das crises. 

O que fazer na presença de uma crise epiléptica?

A maioria das pessoas não sabem como agir quando alguém apresenta uma crise epiléptica. Existem muitos conceitos errôneos a respeito do atendimento de uma pessoa que está apresentando crise. As pessoas ficam chocadas e procuram ajudar, tentando “desenrolar a língua”, oferecendo água para beber, passando álcool ou outras substâncias odoríferas no corpo da pessoa que está apresentando crises.

Veja a seguir as ATITUDES CORRETAS que você deve tomar na presença de uma crise.

Não tenha medo de ajudar a pessoa que estiver apresentando crises. A “baba” é somente saliva em excesso e não transmite epilepsia, pois epilepsia não é doença contagiosa.

O QUE VOCÊ NÃO DEVE FAZER

1. NÃO INTRODUZA NADA EM SUA BOCA. 
2. NÃO TENTE DESENROLAR A LÍNGUA. Isto pode ser perigoso para a pessoa que está convulsionando e também para a pessoa que está ajudando.
3. Não dê água ou qualquer outro líquido para beber após a crise.
4. Não passe álcool, amoníaco ou qualquer outra substância na pele da pessoa. Não lhe dê nada para cheirar.

O QUE VOCÊ DEVE FAZER
1. Coloque a pessoa que estiver em crise deitada de lado. Isto evita que ela se machuque e ajuda a respirar melhor.
2. Coloque algo macio sob a cabeça do paciente para evitar que se machuque
3. Remova das imediações objetos com os quais a pessoa possa eventualmente se ferir
4. A “baba” é somente saliva em excesso e não transmite epilepsia, pois epilepsia não é doença contagiosa

Na maioria das vezes as crises são passageiras e terminam espontaneamente. Ao final da crise a pessoa pode ficar confusa e desorientada. Ajude-a a voltar para casa ou fazer alguma outra coisa que ela necessite. 
Em alguns casos as crises podem persistir por mais de 5 minutos. Nestes casos providencie a remoção da pessoa para um hospital. Esta condição é denominada ESTADO DE MAL EPILÉPTICO e é uma emergência médica. A pessoa precisa receber cuidados para parar de convulsionar.